domingo, 28 de junho de 2009

Mais que uma vitória, sinais de evolução!

Em sua estréia como técnico do São Paulo F.C, Ricardo Gomes demonstrou bastante personalidade.

Começou por mudar o esquema 3-5-2, campeão desde 2005, impondo seu esquema preferido, o 4-4-2, com variações durante o jogo para um 4-3-3.

Para tanto, sacou o volante Jean, considerado por muitos como o melhor jogador do Tricolor esse ano, contrariando grande parte da torcida. Aspectos físicos e táticos motivaram essa decisão: o jogador foi o que mais atuou esse ano pelo SPFC, e precisava de descanso; e, taticamente, RG buscou dar mais liberdade ao lateral Júnior César, e para isso, precisava de alguém que cobrisse suas subidas. Richarlyson foi escolhido para a função, por atuar pelo esquerdo, e demonstrou, definitivamente, que é volante, e não lateral ou zagueiro, como nosso ex-treinador costumava escalá-lo.

Além disso, com o Eduardo Costa mais fixo á frente de apenas dois zagueiros, e não mais três, o treinador utilizou o Hernanes como um 3º volante, dando certa liberdade ao jogador para ajudar na criação das jogadas.

Acho até que o Jean pode atuar no lugar do Eduardo Costa, e, talvez, nosso treinador também pense assim, e tenha optado por um volante mais defensivo em função da ausência de nossa zaga titular.

A evolução não se deu só em relação à mudança de esquema, mas, também, quanto à postura do time. Primeiro, parece que, finalmente, a insuportável tática do CHUVEIRINHO chegou ao seu fim. O time tratou de colocar a bola no chão, tentando chegar ao gol adversário com um toque de bola mais objetivo. Até jogadas de linha de fundo surgiram, como um bom sinal dessa evolução (há quanto tempo eu não via uma jogada de linha de fundo no Tricolor! Finalmente!).

Dentro dessa nova proposta tricolor, aparece como destaque positivo o jogador Marlos, principal articulador das jogadas de ataque. Júnior César também apareceu mais, com mais liberdade pela esquerda. Falta ainda alguém que encoste no jogador para tabelar, e fazer jogadas de linha de fundo. Falta-nos ainda um lateral direito de ofício, posição essa que nosso ex-treinador tratou de esvaziar, com sua incompreensível obsessão por improvisar volantes e zagueiros naquele setor.

Hernanes, com participações diretas nos gols, se não teve uma atuação tão boa, ao menos parece estar recuperando a confiança, correspondendo a um dos principais objetivos de nosso novo comandante.

E uma coisa que ficou evidente para todos que assistiram a vitória tricolor por 2x0 sobre o fraco time do Náutico: a melhora considerável do time após a substituição de Washington pelo garoto Oscar. A alteração, além de melhorar a qualidade do nosso meio-campo, fez com que Borges, antes apagado na partida, aparecesse mais para o jogo, quase marcando em algumas oportunidades. Sem um centro-avante tão fixo quanto W9, nosso time ganha em movimentação, confundindo a defesa adversária, expurgando de vez o rótulo de equipe previsível.

E com a volta de Dagoberto, teremos ainda mais opções para isso. Confesso que sonho em ver jogando juntos Marlos, Oscar e Dagoberto. E, acho até que, devido a proposta do RG de recuperar e dar confiança aos jogadores, ele dará mais oportunidades ao W9, porém, se, à semelhança do que aconteceu nos últimos dois jogos, o time subir de produção com a sua saída, será uma questão de tempo para que essa mudança seja definitiva.

Portanto, apesar da fragilidade do adversário, ficou a sensação de evolução do time, e isso é o que mais me motiva.

E apesar das desconfianças que cercam nosso novo treinador, na minha opinião, ele começa seu trabalho com o pé direito, não só pela vitória, mas, principalmente, por enxergar as principais deficiências do time, e estar agindo no sentido de corrigí-las.

Agora nos resta aguardar e torcer, para que a evolução continue nas próximas partidas.

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